ESTÁS AQUI
Janeiro 22, 2014
Sem voltar atrás...
É hora de ir dormir. E mais uma vez só eu continuo aqui a divagar por entre os pensamentos que me distraem e me afastam do sono. Nos meus sonhos, eu vejo-te, sinto-te, abraço-te, beijo-te, protejo-te...estás a um palmo de mim embora não te consiga tocar. Nunca fui muito boa a desenhar caras, mas a tua eu consigo visualizar...os meus olhos e o sorriso do pai! Conheço-te bem demais e encontro-te facilmente por entre a distância que nos separa. És tu! Mesmo que o teu corpo não esteja nos meus braços, mesmo que não consiga sentir o toque da tua pele, sinto o teu cheiro em mim, o teu cheiro de bebé! Assim, desta forma, consigo ser eu, e consigo ter-te aqui no meu colo, mesmo sem te ter. Basta-me, por agora. Basta-me o silêncio entre nós, o olhar cúmplice e a gargalhada que o pai e a mana dão ao ver-te expressar o primeiro sorriso. Basta-me sentir o teu cheiro inodoro que transmite a paz do mundo. Pelo menos no meu.
Por isso mesmo, para quê dormir se voltam os pesadelos? Para quê ligar a televisão e distrair-me com a infelicidade ou felicidade dos outros? O sangue dos que morrem e as lágrimas dos que vivem? Não obrigada! Esta noite e só esta, deixa-me sonhar. Deixa-me acreditar que basta esticar o braço e sentir a tua mãozinha. Algures, a guiar-me, a ver-me, a proteger-me. Deixa-me acreditar que estejas onde estiveres, estás aqui, pelo menos esta noite!