O antes e o depois...
Agosto 19, 2013
Sem voltar atrás...
É difícil mudar. É difícil aceitar mudanças nas vidas a que nos habituámos. É como se nos tirassem da nossa zona e do nosso espaço de conforto, aos quais já tínhamos criado rotinas. Passamos a ter novas metas: incertas, desconhecidas, diferentes. E de alguma forma, isso causa-nos incómodo e desinquietação, pois dá-nos a sensação de que não conhecemos a nossa própria vida, que nos estamos a perder em nós próprios, no nosso próprio caminho. É ter a sensação de que está tudo fora do nosso controlo, de que estamos a descarrilar de alguma forma. Tudo à nossa volta muda, e de repente já não há volta a dar, ou mesmo que haja, será ainda mais difícil recuar, porém não impossível! Olhamos para o que temos e tudo parece irreconhecível, e não há nada que possamos fazer, porque a tomada de posição foi nossa e foi feita em consciência. Ficamos presos, paralisados, enquanto o futuro nos encara de frente. E a última coisa que temos, é 100% de certeza de que o que vemos diante de nós, foi o que nós sempre desejámos! É muito difícil mudar, não tenham ilusões, principalmente quando já nos desprendemos do que havia anteriormente. É difícil aceitar que nada voltará a ser como antes, nunca mais. Ficamos com medo, receosos, inseguros, mas é inevitável. Mais cedo ou mais tarde, tudo muda, mesmo que não exista intervenção directa da nossa parte. Para melhor ou pior, tudo muda. E nós temos que ser capazes de desistir de tudo o que tínhamos, de aceitar que o tempo passa e o que presente fica no passado. Temos que saber ser crescidos e mudar ao ritmo da vida, dançar ao passo dos acontecimentos. Sendo fiéis a nós mesmos, acreditando sempre nos nossos princípios, e mantendo-nos eternamente colados aos nossos valores, temos que saber mudar também. Crescer. Evoluir enquanto pessoas, enquanto parceiros, enquanto humanos. E num respirar fundo, aceitar com serenidade o que o fututo, o que o destino nos oferece! E quando aprendemos a ver as diferenças entre as nossas convicções e aquilo em que realmente se tornou a nossa vida, quando reconhecemos que não podemos controlar tudo, e adquirimos a capacidade de aceitar, vamos percebendo a pouco e pouco, que estamos exactamente onde devíamos estar e que somos exactamente quem deveríamos ser. Percebemos que os medos que temos fazem parte, e que com a experiência, adquirimos a capacidade de ver que eles vão continuar lá, sempre, mas cada vez mais pequeninos, mais controlados, menos donos de nós...ou então não, o medo faz de nós prisioneiros e torna-nos reféns de nós mesmos e de tudo em que sempre acreditámos! E continuará a haver aqueles dias em que a saudade do passado aperta bem lá no fundo, mas com as cabeças erguidas e os corações abertos, saberemos soltar um sorriso ao recordá-lo, deixando que as lágrimas sejam de orgulho por tudo o que percorremos, que vencemos, que crescemos, mas principalmente por tudo o que somos e por tudo o que alcançamos, com mais ou com menos esforço e dedicação. E será sempre assim. Quer gostemos ou não, quer tenhamos a sensação de que um pedaço de nós nos é arrancado com cada mudança que sofremos, com cada desilusão com que nos deparamos, com cada ajuste que somos obrigados a fazer...será sempre assim...resta-nos manter a cabeça à superfície, e mesmo que sintamos uma dor que nos corta as entranhas, é preciso continuar a respirar!