Porque o coração também tem alma...
Novembro 18, 2011
Sem voltar atrás...
“A pessoa do Pai, por si só, tem uma dignidade própria e indiscutível para com o seu filho!”
Que os filhos precisam dos pais, (seja em que altura for das suas vidas) é um dado adquirido, mas e os pais? Precisam igualmente dos filhos?
Quanto à minha experiência pessoal, afirmo que a minha tranquilidade, o meu equilíbrio emocional e a minha sanidade mental, passa em exclusivo pela presença da pequena “M” na minha vida! A minha filha não me pesa em nenhuma circunstância, até porque todas as minhas rotinas giram em torno dela. O mesmo não poderei dizer em relação ao pai dela. Homem que cumpre na íntegra o acordo do Poder Paternal, mas apenas na parte do pagamento da pensão de alimentos! Se existem mulheres que se queixam por incumprimento pelo não pagamento da referida pensão, não é o meu caso. Mas terei também eu legitimidade de me queixar por incumprimento quanto às visitas? O pai da pequena “M” simplesmente não quer estar com ela, os seus conceitos de fim-de-semana passam por ir busca-la ao colégio às 17h de sexta-feira, e entregar-me a menina sábado depois do lanche… 24h são suficientes para ele, mas… e para ela? Pois é… é fácil para ele contribuir com o valor acordado e achar que cumpriu a sua obrigação, é demasiado simples quando ele nunca abre mão da sua individualidade em prol dela!
Que fique claro, as necessidades da minha pequena “M”, não passam pelo dinheiro, passam sim pela necessidade de estar com o Pai, brincar com ele, passear, fazer refeições, tomar banho, enfim, as coisas básicas que qualquer pai gosta e tem por obrigação fazer… ou então não! Há pais e paizinhos, e em relação ao pai da “M”, o egoísmo, o egocentrismo, a necessidade que ele tem de manter activa a sua vida social, superam em larga escala a necessidade de estar com ela.
O que mais me dói no mais profundo da minha alma é ouvi-la dizer: “Mãe, tenho tantas saudades do meu paizinho!” O meu coração fica apertado ao ver os seus olhitos cheios de lágrimas ao pronunciar estas palavras! Existem alturas em que tenho vontade de lhe dizer que talvez o Pai não sinta o mesmo, e é nesse momento em que paro e penso, que não serei eu a fazer-lhe ver as coisas como elas são na realidade… hoje ela tem 4 anos, mas amanhã terá 5, 6, 10… e por aí fora. Peço a Deus, que um dia ela entenda por si própria!
Eu não quero jamais que ela me agradeça os sacrifícios feitos, nem tão pouco que ela deixe de Amar o Pai, aquilo que eu não quero principalmente, é num futuro próximo, ver a revolta espelhada nos olhos da minha filha, e acima de tudo eu não suportarei o facto de ter que pagar o preço, por ser eu a única a impor regras, e a estabelecer metas e limites!
A minha vida pessoal e social está em segundo plano, essas não são as minhas prioridades… tenho adiado tanta coisa… tenho deixado de fazer tanta coisa… mas no fundo, não estou arrependida! Faço mal? Devia ser mais egoísta? A pequena “M” um dia não irá agradecer? Talvez… poderá ser verdade, só que eu prefiro que assim seja, talvez os melhores anos da minha vida estejam a ficar para trás, e é possível que nunca mais os volte a recuperar… e o que é que isso importa afinal...
“Não me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância duma pessoa, que não seja a de sentir-se protegida por um Pai!”