Nas margens do Rio Piedra...
Outubro 13, 2011
Sem voltar atrás...
Nas margens do rio Piedra eu sentei e chorei…
"Conta a lenda que tudo que cai nas águas deste rio - as folhas, os insectos, as penas das aves – transforma-se nas pedras do seu leito…
Ah, quem me dera eu pudesse arrancar o coração do meu peito e atira-lo na correnteza, e então não haveria mais dor, nem saudade, nem lembranças…"
Nas margens do rio Piedra eu sentei e chorei…
"O frio do inverno fez com que eu sentisse as lágrimas no meu rosto, e elas se misturaram com as águas geladas que correm diante de mim…
Em algum lugar este rio se junta com outro, depois com outro, até que - distante dos meus olhos e do meu coração - todas estas águas se misturam com o mar…
Que as minhas lágrimas corram assim para bem longe, para que o meu amor nunca saiba que um dia eu chorei por ele. Que as minhas lágrimas corram para bem longe, e então eu esquecerei do rio Piedra, do mosteiro, da igreja nos Pirenéus, da bruma, dos caminhos que percorremos juntos…
Eu esquecerei as estradas, as montanhas, e os campos de meus sonhos - sonhos que eram meus, e que eu não conhecia…''
Nas margens do rio Piedra eu sentei e chorei…
(Paulo Coelho)