Inocente crueldade...ou não!
Abril 19, 2012
Sem voltar atrás...
É difícil…é doloroso…é penoso…é um sem fim de emoções que me atormentam e me deixam numa encruzilhada!
Que os filhos nascem sem manual de instruções, isso é um dado adquirido, mas daí a saber o que fazer em determinadas situações…ahhhh isso é um outro assunto para o qual eu preciso de ajuda urgente! Não existem fórmulas secretas para educar os filhos, isso eu sei, assim como também sei que não preciso que eduquem a milha filha por mim, esse é um papel e uma responsabilidade minha, mas aconselhamento e orientação são coisas que neste momento me seriam bastante úteis!
A pequena “M” tem 5 anos, feitos à 1 mês, e consegue ter a capacidade de me amachucar como ninguém, arrisco mesmo a dizer que ela tem um lado cruel para comigo, que arrasa por completo o mais profundo de mim! Isto é normal? É comum? Eu estou divorciada do pai dela à sensivelmente 3 anos e uns meses, ela não tem memórias do pai e da mãe juntos, tem plena noção que os pais não vivem juntos e até aqui, nada de extraordinário! A grande questão passa pelo facto de ela não ser contrariada pelo pai…o pai não ralha, o pai não impõe regras, não estabelece metas nem limites, o pai faz todas as vontades (no pouco tempo que passa com ela), e eu sinto que estou sozinha…que sou eu a única a dizer NÃO, a contrariar, a ralhar, a tentar que ela compreenda desde já, que o dinheiro é curto e que não consigo nem posso ceder a todos os seus caprichos! Terá ela com 5 anos noção do impacto das suas próprias palavras? Terá ela ontem, tido noção do quanto me magoou e o quanto foi injusta? Frases como “o meu pai não me faz isso (ralhar) ”, “o meu pai dá-me tudo e tu não me dás nada”, “o meu quarto na casa do pai é mais bonito do que este, e eu gosto mais do outro quarto”, ou então… “eu quero ir morar com o meu pai”! Deveria eu ter tido a capacidade de simplesmente ignorar? Talvez…só que eu não sou perfeita e não consegui…o tom de voz elevou-se e as lágrimas caíram-me pelo rosto! Senti-me pequenina como uma formiga e dei comigo a pensar se estaria eu a fazer algo errado! Apetece-me castiga-la…mas vistas bem as coisas, ela apenas expressou aquilo que sentia, ou então não! Terá ela feito e dito tudo aquilo com o propósito de me magoar? Será possível que a sua crueldade chegue a esse extremo? O que mais temo, é que se agora ela me faz isto e eu não sei lidar nem gerir as minhas próprias emoções, como será daqui a uns anos? A minha consciência está tranquila e há uma coisa da qual me posso orgulhar, não lhe dou tudo o que ela quer, mas dou-lhe tudo o que ela precisa! Quanto à imagem que ela tem do pai, por vezes tenho vontade de lhe dizer que as coisas não são bem assim, mas não quero ser eu a assumir esse papel, desejo que seja ela, através do tempo, a ver a realidade em que o pai a mantém!
Se um dia eu for aos olhos dela, a má, a castradora e a insensível…é porque afinal de contas, talvez eu não tenha feito um bom trabalho...ou então não!