Não me surpreendes-te ontem ao dizer que lês nas entrelinhas tudo o que por aqui escrevo! Fico contente por teres a capacidade de o verbalizar, mas lamento se te desiludo, isso não é novidade para mim! És um homem inteligente (caso não o fosses, não estaria ao teu lado) e se bem te conheço, existem pontos sensíveis em ti, que aprendi a tocar ao de leve! Também tu me deverias conhecer, não só a mim, mas aos pequenos detalhes que são visíveis através dos meus silêncios! Babe, existem coisas que eu não verbalizo, simplesmente porque entendo que não o devo fazer, mas ainda assim quando o faço, é como se entrasse a 100 e saísse a 200! Não surtem efeito as minhas “chamadas de atenção”, e como eu não sou mulher de me repetir, ao final de uma ou duas tentativas, opto por me calar alimentando a esperança que o percebas, só que depois fico a remoer e essa postura mata-me por dentro! Sabes babe, já pensei por diversas ocasiões deixar simplesmente de passar para o papel o orgulho e o respeito que sinto por ti...isso mesmo, já pensei! Até porque se tu sentes que não precisas verbalizar certas coisas porque eu as sei de antemão, então eu deveria começar a fazer o mesmo, porque o valor às minhas palavras, tanto o dás assim como assado! Certo? Se não estou enganada, acertei o centro do alvo! Pois é, só que eu, há muito que escrevo, antes de ti escrevia pela mais variedade de acontecimentos (coisa que continuo a fazer), e depois de estar contigo acrescentei magia e emoção às minhas palavras. Nunca escrevi para que me lessem, se o quisesse, ter-me-ia esforçado para publicar um livro, sempre escrevi porque gosto de o fazer, porque tiro prazer através da escrita, mas também me dá um certo alento saber que sou lida e que a bem ou a mal transmito uma mensagem aos que me seguem...não preciso protagonismo, não preciso que deem valor às minhas palavras, mas vindo de ti, e principalmente quando escrevo para ti e por ti, saber-me-ia pela vida! Não imaginas o quanto! Consegues entender isso? Claro que consegues! Para mim, muitas das vezes é mais fácil olhar para o lado, do que admitir o quanto ignoras o que ponho no papel, assim sofro menos, mas sofro na mesma, não julgues que cai em saco roto ou que se me apaga da memória, as respostas que não foram dadas nem os comentários que não foram feitos! Mas se sofro é porque quero (mea culpa), não devia esperar tanto de ti, quando tu exiges tão pouco de mim...talvez um dia a coise mude e eu pare de escrever, mas hoje não será o dia! Sendo assim, continuarei a escrever, para ti e por ti, para o mundo virtual, mas principalmente para mim, porque se eu não der valor às minhas próprias palavras, quem o fará afinal? Fica no ar a pergunta!