O DRAMA DA INFERTILIDADE
Julho 05, 2013
Sem voltar atrás...
Uma casa, um carro, uma carreira, um marido ou uma mulher e 2 filhos...se vocês optarem por viver de forma convencional, provavelmente vão passar os dias “à procura” de todos os itens que mencionei atrás. A maioria deles está sob o nosso controle. Se quiserem um carro ou uma casa, economizam e compram, ou pedem o dinheiro emprestado a uma instituição bancária. Se quiserem ser um profissional bem-sucedido, estudam, aplicam-se, preparam-se e enfrentam o cruel mercado de trabalho.
Mas se vocês desejam ter filhos, o que é que acontece se o vosso corpo não responder a uma gravidez com sucesso? A infertilidade é algo sobre o qual não falamos muito. Assim, para concretizar o sonho de ter filhos é preciso romper a barreira do silêncio. O estigma relacionado à infertilidade impede-nos de discutir o assunto de forma adequada.
Em relação à infertilidade, ainda não chegamos ao ponto em que as pessoas estão prontas para se abrir. Até mesmo a sociedade normazita a infertilidade, não esperem ver pessoas a correr e a apregoar aos 7 ventos: “Eu sou infértil!”. Regra geral, o tema é discutido dentro de 4 paredes e por entre as consultas no serviço de infertilidade das clínicas ou hospitais públicos. Mais do que isso, é quase um tormento a abordagem do assunto. No trabalho, aquando das consultas, pede-se uma justificação de consulta de ginecologia e não de infertilidade...entre amigos quando ouvimos a pergunta “Quando é que têm um bebé?” a resposta normalmente é que estamos a tratar disso!
É urgente que as mentalidades se abram, não só para quem vive o drama da infertilidade, mas principalmente para aqueles que estão mais próximos dos casais com esse problema. Ter filhos nos dias que correm, é uma opção, e o que eu gostava mesmo, é que a maioria das meninas/mulheres que optam pela Interrupção Voluntária da Gravidez (não utilizo o sinónimo mais conhecido porque me parte o coração) tivessem apenas uma pontinha da “dor” que nós, mulheres com problemas de infertilidade, sentimos a cada mês em que o nosso corpo nos volta a dizer: “Não...ainda não foi desta”!